O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse, nesta quinta-feira, a prefeitos que a vacinação contra a Covid-19 começará na próxima quarta-feira, às 10h. O início da estratégia, no entanto, depende de aprovação das vacinas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A declaração foi dada em encontro virtual com a Frente Nacional de Prefeitos. Ao todo, cerca de 130 prefeitos participaram da reunião. A prefeitura de Santa Maria teve participação na reunião de modo remoto.
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No encontro, Pazuello disse ainda que a previsão da pasta é ter 8 milhões de doses ainda neste mês. O montante equivale às doses importadas pelo Butantan e Fiocruz, e cuja liberação para uso emergencial deve ser decidida pela Anvisa no domingo.
Nos últimos dias, o ministro vinha evitando dar datas para o início da vacinação, chegando a dizer, em declaração que foi alvo de críticas, que a estratégia começaria "no dia D" e "na hora H". Já em outros momentos, o ministro vinha citando três possibilidades para iniciar a campanha. A primeira, tida como "melhor hipótese", seria 20 de janeiro. Já a segunda, entre essa data e 10 de fevereiro, e a pior hipótese, após 10 de fevereiro.
A escolha da data também representa uma tentativa do governo federal se adiantar à previsão apontada inicialmente pelo governador paulista, João Doria (PSDB), para início da estratégia no estado - o que estava marcado para 25 de janeiro.
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Segundo o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette (PSB), um dia após ter informado que a vacinação iniciaria pelas capitais, Pazuello disse que a vacinação "começará em todo o Brasil". O ministro, no entanto, apontou aos prefeitos mais um fator como dependente para confirmar a data de 20 de janeiro: a logística.
- Será às 10h, dependendo de duas questões: da aprovação da Anvisa e da logística do voo, que é internacional para buscar as doses importadas pela Fiocruz. Se não for na quarta, dia 20, por qualquer problema de logística, ficará para quinta, dia 21 - diz Donizette, que veio a Brasília para acompanhar o encontro.
Ainda de acordo com os gestores, a previsão da pasta é que as 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas pela Fiocruz cheguem aos estados na segunda, 18 de janeiro. A distribuição aos municípios iniciaria no dia seguinte. O Rio Grande do Sul, contudo, prevê a chegada das vacinas em 20 de janeiro, e o começo da vacinação em até três dias.
- Não há definição de quantas doses chegarão para cada cidade na próxima semana. O certo é que as 8 milhões de doses serão distribuídas proporcionalmente à população de cada estado - disse nas redes sociais o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM).
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Segundo Donizette, o cálculo apresentado pelo ministério da reunião aponta que as 8 milhões de doses devem ser direcionadas a 5 milhões de pessoas. Isso ocorreria porque a vacina do Butantan demanda uma segunda dose após 21 dias, e a de Oxford teria um intervalo maior para isso, de três meses - daí calcular que as 6 milhões de doses do Butantan serviriam para 3 milhões de pessoas, e a de Oxford, para 2 milhões em um primeiro momento.
A pasta informou ainda aos representantes que, entre os primeiros grupos, estariam profissionais de saúde, idosos em asilos e indígenas, mas que mais orientações seriam dadas até a próxima semana. No encontro, alguns prefeitos também pediram que fossem priorizados os profissionais de educação. O ministério, no entanto, recusou o pedido, alegando que haveria "grupos mais prementes". De acordo com Donizette, a expectativa da pasta é ter 80 milhões de doses de vacinas disponíveis até abril.